é subjugada a autoimagem que tenho de mim.
O espelho não pode me reprimir com fatos.
Afirmo que sou e pronto,
sou o que afirmo
e imponho a todos isso que firmo,
mesmo que os fatos
mesmo que os fatos
provem ao contrário do que afirmo.
O relativismo é sagrado...
Ninguém tem o direito
de me mostrar os fatos,
porque não sou os fatos,
porque não sou os fatos,
sou o que afirmo ser e pronto,
apenas aceite o que afirmo
apenas aceite o que afirmo
e não me venha com fatos,
eles são preconceitos factuais.
eles são preconceitos factuais.
Minha pessoa e minhas palavras
estão sujeitas a minha retórica,
ou a retórica do meu grupo;
isso é democrático,
quando me convém,
ou não é democrático
também quando me é conveniente.
As palavras são moldáveis a minha retórica,
basta que eu diga o que o outro é ou não
para que o meu grupo assine embaixo.
Os fatos são coisas retrogradas,
agora o que importa a a minha retórica,
basta que eu afirme que é,
e todos devem aceitar o que afirmo.
Não importa o que você vê,
o que importa é o que afirmo.
Afirmo que não sou a imagem no espelho,
sou a imagem que tenho de mim
e afirmo sobre a imagem que tenho espelho.
Vivo em um pedestal retórico
afirmando e exigindo que todos aceite a que afirmo,
e que me respeitem e ignorem o que seus olhos veem.
J.Nunes
José Nunes Pereira