Dados elaborados pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) apontam que, no mês de janeiro, as exportações do setor geraram US$ 27,85 milhões, 29% menos do que no mesmo mês de 2022. Já no comparativo com janeiro de 2019, portanto na pré-pandemia, o resultado aponta para estabilidade.
A leitura da Assintecal é de que existe um “ajuste” no mercado de químicos e componentes. “A China, após as restrições provocadas pela política de Covid-19, voltou com apetite ao mercado, regularizando os fluxos comerciais, incluindo os fretes, que estavam muito altos”, avalia o gestor de Mercado Internacional da entidade, Luiz Ribas Júnior. Já o segundo principal mercado para o setor, a Argentina, sofreu com impactos da restrição aos pagamentos de importações, que segundo o Banco Central da República Argentina (BCRA) podem ser realizados em até 180 dias. “Os exportadores, principalmente os de menor porte, não têm condições de receber apenas 6 meses após o negócio concretizado. Por isso, muitos estão reduzindo ou até abandonando aquele mercado”, lamenta Ribas Júnior.
Destinos
Principal destino das exportações do setor, em janeiro a China importou o equivalente a US$ 4 milhões em componentes e químicos brasileiros, 263% menos do que em janeiro de 2022. Na segunda posição apareceu a Argentina, que em janeiro importou o equivalente a US$ 2,54 milhões do setor, 142% menos do que no mesmo mês do ano passado. Na sequência apareceram como principais destinos a Colômbia (US$ 772,34 mil, incremento de 9% em relação a 2022) e a Bolívia (US$ 620,64 mil, incremento de 3% em relação ao ano passado). Ribas Júnior destaca que a boa notícia do início do ano é trazida pelos países latino-americanos. “Desde o segundo semestre de 2021, os países latino-americanos vinham substituindo as suas importações chinesas por brasileiras, por questões de altos custos com fretes e desabastecimento daquele mercado. O fato de a China ter retornado ao mercado e mesmo assim esses compradores seguirem conosco demonstra uma fidelização importante desses mercados”, avalia o gestor, destacando que dos 6 principais destinos das exportações do setor, 5 são latino-americanos.
Exportadores
O principal exportador de componentes e químicos em janeiro foi o Rio Grande do Sul, de onde partiram o equivalente a US$ 13 milhões, 62% menos do que no mesmo mês de 2022. Na sequência apareceram São Paulo (US$ 4 milhões, incremento de 20% ante 2022) e Santa Catarina (US$ 457,7 mil, queda de 12,6% ante 2022).
Os principais produtos exportados pelo setor em janeiro foram “Químicos para Couros”, que geraram US$ 18 milhões, 20% menos do que no mesmo mês de 2022. Na sequência apareceram os “Químicos para Calçados - adesivos”, com US$ 4 milhões e incremento de 12% ante 2022; e “Cabedais”, com US$ 3,84 milhões, queda de 84% ante o ano passado.
Diego Rosinha - Mtb 13.096
DCR - Assessoria de Imprensa