Tragédia em Quito: a importância da autonomia na segurança de candidatos presidenciáveis livres de ingerências populistas
* Por Raquel Gallinati
A trágica ocorrência em que o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi morto a tiros durante um ato político em Quito e sete pessoas ficaram feridas, deixa mais marca sombria em campanhas eleitorais presidenciais. Essa situação destaca a importância da segurança e estabilidade durante o processo democrático, pois é um doloroso lembrete de que a violência política não tem lugar em uma sociedade democrática. É necessário, portanto, um esforço conjunto para garantir a segurança de todos os candidatos e a integridade das eleições.
Para assegurar esse objetivo, é crucial que os órgãos responsáveis pela segurança dos presidenciáveis ajam de maneira imparcial, protegendo e preservando a segurança dessas figuras-chave, independentemente de suas afiliações políticas. A segurança das eleições presidenciais deve ser tratada como uma questão de Estado, visando sempre a proteção e o bem-estar desses candidatos. A independência e a imparcialidade na proteção dos presidenciáveis são essenciais para garantir a integridade do processo democrático e a segurança das pessoas que ocupam esses cargos de liderança.
A segurança deve ser estabelecida com base em critérios profissionais e técnicos, considerando ameaças reais e implementando medidas preventivas adequadas. É importante evitar decisões baseadas em considerações populistas, pois isso pode comprometer a eficácia da proteção e gerar riscos desnecessários. Dessa forma, preservar a independência da segurança presidencial torna-se fundamental para proteger a integridade das instituições democráticas e garantir a segurança dos líderes de uma nação, devendo ser tratada com seriedade, baseada em critérios profissionais e desempenhada por policiais altamente capacitados, afastados de influências populistas ou partidárias.
Dentre as várias medidas que devem ser tomadas para garantir a segurança dos presidenciáveis e dignatários, destaca-se a realização de uma análise detalhada dos possíveis riscos e ameaças enfrentados, incluindo a identificação de perigos potenciais, análise de informações de inteligência e avaliação da situação local. Além disso, é necessário disponibilizar uma equipe de segurança dedicada para acompanhar e proteger os presidenciáveis e dignatários em suas atividades, contando com agentes treinados em técnicas de segurança pessoal, escoltas motorizadas e medidas preventivas para minimizar riscos.
Utilizar sistemas de monitoramento, como câmeras de segurança e tecnologia de vigilância, é fundamental para obter informações em tempo real sobre possíveis ameaças. É importante também contar com serviços de inteligência, visando a identificação e antecipação de possíveis atos violentos ou perturbações. Implementar medidas rigorosas de controle de acesso aos locais de eventos, como inspeções de segurança, identificação prévia de participantes e restrições de acesso a áreas sensíveis, é outra medida essencial a ser adotada.
Proporcionar treinamento em segurança pessoal e procedimentos de emergência para os presidenciáveis, seus assessores e equipe de campanha é uma medida preventiva importante. Isso inclui orientações sobre como lidar com situações de risco e agir em casos de emergências. Além disso, estabelecer uma comunicação eficaz e cooperação com as autoridades de segurança locais e federais é essencial para obter informações atualizadas e alinhar estratégias de segurança.
Em suma, essas estratégias representam apenas algumas das muitas abordagens possíveis no campo da segurança para presidenciáveis e dignatários. A proteção adequada requer uma combinação de medidas preventivas, treinamento, planejamento e cooperação entre diferentes atores. A segurança das eleições presidenciais não deve ser negligenciada, pois é crucial para garantir a integridade do processo democrático e a segurança dos líderes que assumirão os cargos de liderança da nação.
* Raquel Gallinati é delegada de polícia; pós-graduada em Ciências Penais, em Direito de Polícia Judiciária e em Processo Penal; mestre em Filosofia; Diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil; e Embaixadora do Instituto Pró-Vítima
Diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Delegada Raquel Gallinati |