ARTIGO | Dia do Cardiologista: uma homenagem,
uma lembrança e um alerta
Por Silvio Pollini (*)
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Agosto, 2023 – Seria muito simples, a qualquer profissional da área, fazer uma “ode” à fascinante especialidade do cardiologista. Pois o foco está em um órgão único no corpo humano: o responsável pela ignição que nos mantêm em funcionamento; o motor que leva, por meio do sangue, nutrientes e oxigênio a todo o metabolismo, sendo um organismo “vivo” em todas as esferas de interpretação. Embora, claro, seja uma homenagem merecida, bem como a todas as profissões, o Dia do Cardiologista, celebrado nesta segunda (14), porém, deveria ser todo dia. E eu explico o porquê.
A Insuficiência Cardíaca, fase final de toda e qualquer cardiopatia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mata o mesmo tanto de pessoas – ou mais –, anualmente, do que a soma dos tipos mais graves de cânceres: estômago, colorretal, pulmão, mama, colo do útero e próstata. Uma condição que pode afetar gente de todas as idades (hoje, estima-se que haja mais de 25 milhões de pessoas no mundo com alguma cardiopatia, sendo ao menos 10% delas no Brasil) e cujas chances de surgimento após os 55 anos são de 30%.
Por ano, são registradas 400 mil mortes em decorrência de problemas cardíacos, o que corresponde a 30% dos óbitos do país, de acordo com o Ministério da Saúde. Porém, a impressão é a de que não é dada a devida atenção à gravidade da doença. No momento em que se informa a um paciente o desenvolvimento de um câncer, por exemplo, nota-se, costumeiramente, uma forte mobilização de todas as partes: unidade de saúde, corpo clínico, familiares, do próprio paciente e até mesmo do poder público, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), que fornece inúmeros tipos de tratamentos à população.
O mesmo fenômeno, no entanto, não ocorre quando da notícia de uma patologia cardiológica. Observa-se, claro, uma preocupação, mas que acaba negligenciada, inexplicavelmente, como corriqueira. É necessário, entretanto, que a população entenda toda e qualquer cardiopatia de maneira diferente de uma doença pontual, tratada com remédios para se voltar à vida normal em alguns dias.
Já há um enorme avanço científico no que tange a fármacos e intervenções desta natureza, cabendo a todos os envolvidos, incluindo o próprio poder público, oferece-los e trabalhar intermitentemente no sentido da conscientização, pois a prevenção dos fatores de risco é fundamental para se reduzir o seu desenvolvimento; e o diagnóstico precoce, somado ao tratamento certeiro, bem como sua adesão levada à sério pelo paciente e familiares, pode evitar mortes.
Em razão disso, muitas instituições de saúde ao redor do mundo estão implementando centros específicos para tratar as cardiopatias como realmente devem ser entendidas: por meio de uma jornada multidisciplinar do paciente, que começa pelos exames preventivos e, no caso de uma constatação positiva, por meio de tratamentos adequados e personalizados, incluindo acompanhamentos constantes por equipes que incluam não apenas cardiologistas, mas também angiologistas, nutricionistas e psicólogos, por exemplo, para se evitar problemas futuros de outras naturezas, mas diretamente conectados ao original.
No Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), por exemplo, essa visão tem sido concretizada natural e gradativamente, entendendo toda a importância do acolhimento acurado, continuado e dando um suporte humanizado, cujo cerne está, além na plena consciência da gravidade das cardiopatias, também nas inúmeras possibilidades de enfrentamento e seus consequentes resultados positivos.
Portanto, muito longe de soar arrogante e do intuito de elevar a especialidade apenas pelo viés médico, afirmar que o Dia do Cardiologista deveria ser todo dia é simplesmente para que ele seja assimilado como a consolidação de que cada pessoa, independente da cardiopatia, deve ter uma assistência constante, ininterrupta e cuidada com a importância exigida e merecida. Mais do que uma data importante para a especialidade em si, é um dia para todos aqueles que zelam e batalham diariamente a favor da vida, incluindo o próprio paciente.
(*) O Dr. Silvio Pollini (CRM 55327 – RQE 58740) é médico cardiologista e coordenador do departamento de cardiologia do Vera Cruz Hospital
Sobre o Vera Cruz Hospital
Há 79 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase seis anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.
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