Nos últimos dias, a harmonização peniana com ácido hialurônico passou a ser bastante comentada, já que muitos homens estão apostando nessa nova tendência - que promete aumentar o pênis em até 5 cm. No entanto, de acordo com Daniela Pontes, biomédica especialista em biossegurança é preciso tomar alguns cuidados em relação a esse procedimento.
Pensando nisso, ela e a esteticista Ângela Rosin falaram sobre os riscos e cuidados da aplicação de ácido hialurônico nesta região, que apesar de ser semelhante a outras regiões, pode causar danos irreparáveis.
Especialista alerta que procedimento estético para aumentar pênis pode levar a necrose
Produto oferece poucos riscos, mas segurança na hora da aplicação deve ser redobrada, principalmente pela sensibilidade do órgão, que não pode ser substituído em caso de necrose
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São Paulo, agosto de 2023 - A harmonização facial já é uma tendência faz tempo no mundo da estética e só se moderniza ao longo dos anos. Recentemente, uma novidade vem chamando a atenção entre os homens: a harmonização peniana com ácido hialurônico, procedimento que pode aumentar o pênis em até 5 centímetros.
De acordo com a esteticista Ângela Rosin, o ácido hialurônico é uma substância produzida pelo nosso próprio organismo, sendo importante na construção articular e, por ser produzido pelo nosso corpo, tem menor risco de rejeição, ou seja, não existem contra-indicações quanto ao seu uso. “Por mais seguro que seja, seu uso pode ter riscos, principalmente por erros durante a aplicação, levando a quadros inflamatórios ou ainda inestéticos”, comenta ela.
Na opinião do esteticista, a aplicação para aumento peniano é ousada, porém com riscos que de nada tem a ver com o produto em si. “O que tenho visto muito e acaba sendo bem severo é a questão da contaminação cruzada, que pode levar à necrose do órgão, principalmente por conta da má prática no momento de aplicação”.
Já para Daniela Pontes, especialista em biossegurança, por se tratar de um produto injetável, o cuidado deve ser redobrado. “O profissional tem que estar utilizando os EPIs, um avental de manga comprida, máscara, luva e uma antissepsia muito boa da pele, ou seja higienizar para retirar uma parte da carga microbiana”, explica. Além disso, todo o material utilizado deve ser descartável.
“Outro ponto é preparar a maca para receber o cliente, essa maca sempre deverá ter todas as superfícies desinfetadas antes do procedimento, isso é muito importante, a desinfecção deve ser feita sempre entre um cliente e outro”, complementa a biomédica.
Ângela explica que os riscos são os mesmos para a aplicação do ácido hialurônico em qualquer região do corpo. “O agravante para a área do penis é o fato de não ter como refazer ou substituir o órgão caso ele necrose”, comenta. Para Daniela, o problema é outro: na região peniana existe a questão da flacidez da pele que dificulta para conseguir fazer uma boa antissepsia. “O cuidado precisa ser redobrado, porque alí você não vai conseguir fazer em uma pele de rosto, que é uma pele lisa”.
Mas afinal, o que causa necrose?
A necrose nada mais é do que a morte das células ou tecidos daquele órgão, que pode ser causada por uma inflamação local, que muitas vezes vem da contaminação cruzada. “Se, após a aplicação, tiver alguma inflamação na região, é preciso que o profissional faça o procedimento necessário para impedir a evolução do problema, se chegar a necrosar, é necessário debridar a lesão e tratar a inflamação para depois ver o que sobrou do órgão”, afirma Ângela.
São muitos os profissionais habilitados para fazer esse procedimento hoje em dia, mas na opinião da esteticista, por se tratar de um órgão mais sensível e que “não pode ser substituído”, o ideal é procurar um médico de excelência em trabalhos como esse. “Mas dentre as profissões, biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros e esteticistas podem fazer esse procedimento”.
Sobre Daniela Pontes - É especialista em biossegurança estética, formada em biomedicina e proprietária do perfil "Biossegurança Descomplicada" no Instagram, que conta com mais de 23 mil seguidores. É coordenadora de depilação, há 13 anos, da Beauty Fair.
Sobre Ângela Rosin - É esteticista e cosmetologista, formada em Química e pós-graduada em Didática, Acupuntura, Cosmética e Tricologia. Realizou capacitação em saúde para profissionais da beleza pela USP e é professora e coordenadora de pós-graduação de Tricologia Clínica.
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Isabela Rocha